Resposta de um carteiro a carta do Diretor Regional da SPI, que pede proatividade em 2013.

Carta do Diretor Regional

Chegou até o SINTECT/CAS a carta de um companheiro indignado com a correspondência que o Diretor Regional do Interior de São Paulo enviou na casa dos trabalhadores. Ele disse se sentir desrespeitado com o contéudo da correspondência, uma vez, que se sente vitima pela falta de PROATIVIDADE dos gestores da ECT, por ironia ou não, é justamente PROATIVIDADE  que a carta do Diretor Regional cobra dos trabalhadores no ano de 2013. 

O companheiro respondeu a carta e nos enviou com o pedido de que façamos que sua resposta chegue até o Diretor Regional. 

Registramos que embora a carta não seja escrita por nós do SINTECT/CAS, a direção do sindicato comunga do mesmo pensamento do companheiro, portanto assinamos embaixo tudo que esta escrito. Veja abaixo a carta resposta do companheiro:

                                                                                                       março de 2013.

Caro Diretor Regional,

Na carta enviada no mês de março deste ano, o senhor diz que “Estamos no início de uma nova jornada e continuamos nossa busca pela excelência”. Gostaríamos, primeiramente de lembra-lo que sim, é uma nova caminhada, mas o que podemos perceber, sem grande esforço, que essa jornada é a mesma pela qual andamos em círculos há alguns anos. Nós carteiros, buscamos sim a excelência, e focados nela que acordamos todas as manhãs para realizarmos nossas atividades, mas o senhor está se esquecendo de um porém: o êxito não depende apenas de nós funcionários, também depende de vocês!

Em alguns locais, chegou a faltar água nas descargas, ventiladores, iluminação adequada, as bolsas estão precárias, somos assaltados, acumulamos serviço por causa do déficit de funcionários, entre muitos outros problemas. Como o senhor pode falar em excelência sem nos proporcionar condições básicas de trabalho?

No ano de 2012, o tema foi Sinergia, que significa ação ou esforço conjunto; cooperação; ação conjunta de agentes cujo efeito combinado é maior que a soma dos efeitos individuais. E o senhor disse que o ano passado “trouxe bons resultados para o DR/SPI”. Ai surge outro questionamento: Bons resultados para quem, se os problemas são os mesmos e se agravam a cada ano? Não houve ação, muito menos esforço da Diretoria Regional em oferecer o MÍNIMO de condições de trabalho para nós carteiros. E o que começou torto, dificilmente se endireita, ainda mais quando só existem cobranças e não há cooperação.

Agora, o tema é proatividade, que realmente é tudo isso que o senhor cita na carta, mas que nunca vimos ser colocado em prática. Os problemas são relatados, clientes registram reclamações sobre atraso nas correspondências e os funcionários já cruzaram os braços em protesto as irregularidades, mas apenas medidas paliativas são tomadas e em último caso. Se o senhor descreveu tão bem o que é ser proativo, por que não resolveu os problemas já apontados e se prontificou em antecipar outros que poderiam ser citados? Talvez por ser mais fácil empurrar com a barriga. A DR/SPI está longe de “ser referência na ECT em gestão para a excelência, em desempenho empresarial e na satisfação das pessoas”, mas esse patamar não é impossível de ser alcançado. Para isso deve haver esforço em conjunto, e isso quer dizer: Dar condições básicas de trabalho para os funcionários, distribuir materiais adequados para o transporte das mercadorias, zelar pela segurança de seus funcionários e pagar em dia os benefícios (exemplo: vale-transporte), além de se preocupar com os clientes, mas se tudo funcionar em harmonia, eles não serão prejudicados.

Resumindo, não basta escrever uma carta com palavras bonitas de incentivo e fechar os olhos para a realidade de seus funcionários. O ideal é falar menos e fazer mais (ser proativo), para assim conquistar a excelência tanto citada pela Direção.

Atenciosamente,

Um de seus Carteiros prejudicados com o desconto dos dias de paralisação, ocorrido pela falta de proatividade de quem me cobra proatividade.