É hora de abrir bem os olhos e se
colocar em movimento
Mais uma vez estão tentando mexer em
nossos Direitos
Já está nas mãos do governo Dilma e do Congresso Nacional, o projeto de
lei elaborado pela CUT que libera os patrões para atacar direitos garantidos
A Central Única dos Trabalhadores
(CUT) através dos Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo dos Campos/SP,
entregou para o governo Dilma no final de 2011 um projeto de lei denominado
Acordo Coletivo com propósito especifico, mais chamando de Acordo Coletivo
Especial (ACE), o conteúdo do projeto? Abrir a porteira para redução de
direitos.
Quem deveria estar com os
trabalhadores, agora é porta voz dos interesses dos patrões .
O antiprojeto entregue pelo
sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo/SP é apoiado não só pela CUT, mais
pela maioria das centrais sindicais e o principal objetivo é colocar na lei a experiência
realizada no ABC Paulista nas últimas duas décadas: A redução de Direitos
e salários.
O que eles tentam
esconder na proposta de Acordo Coletivo Especial (ACE)
O que dizem
Os defensores do ACE dizem que a
CLT impede a ampliação dos direitos e da organização dos trabalhadores nos
locais de trabalho.
Dizem que a experiência em São
Bernardo do Campo, possibilitou maior organização dos trabalhadores dentro das
fabricas e a ampliação dos direitos. Defende que ACE se torne lei, para que
todas as categorias possam negociar “livremente” com os patrões de acordo com
as necessidades das empresas qualquer coisa, sem interferência das fiscalizações
do Ministério do Trabalho e do
Judiciário.
O que escondem
A Consolidações da Lei do
Trabalho (CLT) criada na década de 40 não foi uma concessão de Getulio ou dos
patrões, ao contrario, o governo teve que colocar na lei vários direitos,
porque os trabalhadores estavam em luta. O governo se aproveitou da CLT para
tentar frear o movimento dos trabalhadores, impondo a interferência do estado
através do Ministério do Trabalho nos sindicatos, mais isso não conseguiu
impedir a classe trabalhadora de lutar e ampliar seus direitos.
E a luta continua: o sindicatos
que tem compromisso com a classe trabalhadora na luta tem conseguido não só
manter os direitos sempre ameaçados pelos patrões, como amplia-los.
Já a experiência em São Bernardo
é ao contrario: as comissões de fabrica reconhecidas pelos patrões, como o
próprio presidente do sindicato diz, tem um “escritório dentro da empresa” e lá
não é o espaço da organização da luta. Mais das negociações que vão desde o
cafezinho à aceitação do banco de horas, da terceirização, da redução de
salários e direitos na convenção coletiva de trabalho.
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Está na boca deles:“...uma enxurrada de processos podem sobrecarregar ainda mais a Justiça do Trabalho e o departamento jurídico das empresas e sindicatos. Em síntese: cresce o passivo trabalhista, crescem as tensões”
Esse é um dos argumentos do Projeto de lei sobre o ACE: acabar com a
possibilidade do trabalhador, colocar no pau o patrão que não respeitou seus
direitos.
Isso eles não falam, mais está lá
escrito no projeto de lei. Esses
sindicatos e centrais sindicais pelegas, querem impedir os trabalhadores de
acionarem o Judiciário quando se sentirem lesados em seus direitos.
Essa turma quer a garantia que os
acordos rebaixados assinados entre eles e os patrões não sejam cancelados,
através de ações no Judiciário, como hoje acontece.
Lá na proposta do ACE também está escrito que são os trabalhadores que
vão decidir. Sabem como? Ou aceitam, ou aceitam!
O projeto de lei sobre o ACE diz
que são os trabalhadores através de
assembleias e/ou votações em urna que decidiram se aceitam ou não os acordos
que podem reduzir direitos. E que tais acordos só podem ser feitos desde que
haja nos locais de trabalho comissões de representação sindical.
O exemplo para o ACE é o ABC? Então veja como é lá: “... bons
profissionais de Recursos Humanos das empresas, com o tempo aprenderam e viram
que a representação gerava coresponsabilidade e os sindicalistas sabiam
perfeitamente distinguir conflitos naturais no trabalho e episódios de
indisciplina, comportamento agressivos e provocações” (da Cartilha do Sindicato
dos Metalúrgicos de SBC sobre o ACE).
Lá os patrões tem uma forma de
pressão muito mais eficaz do que o chefe: São os representantes sindicais, que cobram dos trabalhadores, mais produção e
submissão. São eles também que estão lá no momento da assembleia ou da votação
secreta sobre acordos que permitem a redução de direitos, dizendo para o
trabalhador, algo assim: “ou aceita ou o próximo no facão será você”. Depois do
acordo aprovado lá se vão os direitos e na sequencia também o emprego, pois as
demissões também continuaram no ABC.
Mais há quem diga não! E não são
poucos
Não são só palavras, são palavras
carregadas de ação. Nós do SINTECT/CAS temos travados várias lutas dentro do
movimento sindical da categoria, para combater dirigentes sindicais que tem
entregado direitos dos trabalhadores a troco de cargos na ECT. O problema do ACE
é de todos e não apenas de uma determinada categoria. Com certeza, se este
projeto de lei já estivesse em vigor na campanha salarial passada, a direção da
ECT teria conseguido mexer no nosso convênio médico como queria, através dos
dirigentes sindicais cutistas que apoiam
o ACE. A empresa só não conseguiu retirar o convênio médico porque temos a
clausula 11 do nosso Acordo Coletivo de Trabalho que nos garante este
beneficio, e com uma dura greve
garantimos esta clausula no TST.
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